quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Exercícios

"Os princípios gerais do jogo de futebol visam fundamentalmente, segundo Castelo (1994), assegurar as linhas básicas que orientam e coordenam as atitudes e os comportamentos técnicotácticos dos jogadores durante o jogo.
Podem resumir-se aos quatro seguintes:1. (..........)
2. (..........)
3. (..........)
4. Procurar em cada situação momentânea de jogo:


  • Recusar sempre a inferioridade numérica.
  • Evitar a igualdade numérica.
  • Criar a superioridade numérica.
O respeito deste princípio é uma das condições fundamentais de sucesso porque sempre que uma equipa consegue criar superioridade numérica numa dada situação de jogo têm todas as probabilidades de a poder resolver a seu favor. E a equipa que mais situações de jogo ganhar, mais probabilidades tem de ganhar o jogo."

João do Nascimento Quina
Futebol: Referências para a organização do jogo 2001

Depois de lermos o que Jorge Castelo e João do Nascimento Quina escreveram sobre o jogo e os seus princípios fundamentais e específicos, não temos dúvidas que a nossa equipa deve ter superioridade numérica perto da bola para que seja mais fácil em processo ofensivo criar situações de finalização e em processo defensivo impedir que o adversário crie essas mesmas situações.
 
Em processo ofensivo esta mentalidade é mais facilmente adquirida pelo jogador pois qualquer pessoa a jogar futebol, irá sempre procurar a bola e o ataque, (vejam as crianças a jogar na rua). Na organização defensiva (tema que tentarei abordar nos meus primeiros posts táticos e de exercicios) fazer com que uma equipa, principalmente de escalões secundários tenha esta ideia de jogo é mais difícil, tendo em conta que os jogadores estão menos predispostos para procurarem a bola (correrem sem bola).  Apresento assim 2 exercícios que podem ajudar a "obrigar" os jogadores a adquirir este pensamento e atitude.
 
Exercício 1

EXPLICAÇÃO/OBJECTIVOS DO EXERCÍCIO

Organização Defensiva - Equipa dividida em dois grupos de 11. Bolas espalhadas no campo junto a mecos de cores diferentes. À voz de uma cor a equipa posiciona-se defensivamente consoante a posição da bola. Velocidade lenta para possibilitar correcções, acelerar conforme o entendimento da equipa for melhorando.

Objectivos Técnico-Tácticos: Treinar o posicionamento defensivo em função da bola.
Objectivos Fisicos: Resistência específica de jogo
 




Exercício 2

Organização Defensiva - Equipa dividida em dois grupos de 10x10 + GR. Equipa que esta a defender procura sempre superioridade numérica nas zonas marcadas. A equipa a atacar faz um maximo de 3 passes em cada corredor (obrigar trocar de corredor), e obrigar a defesa a bascular. Pressão defensiva semi-activa, apenas para impedir progressão, após entrada no ataque, pressão activa. Após perda de bola pressing imediato até ordem do treinador. A equipa que estava a defender deve sair com bola controlada pelos corredores laterais. 
 
Variante 1 - Fazer golo apenas se a bola passar pelos 3 corredores;
Variante 2 - Limitar toques por corredor;

Objectivos Técnico-Tácticos: Defensivos - Organização defensiva, basculação, pressing, transição ofensiva;
Ofensivos - Entendimento técnico - táctico ofensivo, pressing após perda de bola.
Objectivos Fisicos: Resistência específica de jogo

 















 
 
 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A Transferência de Javi Garcia e Witsel e a o modelo de jogo do SL Benfica nas suas 4 fases para 2012/13.


A Transferência de Javi Garcia e Witsel e a o modelo de jogo do SL Benfica nas suas 4 fases para 2012/13.

Desde a chegada de Jorge Jesus ao Benfica que o modelo de jogo implementado se mantém praticamente inalterado nas suas 4 fases de jogo, com a principal diferença a residir na utilização do duplo pivot, possibilitada pela chegada de Witsel, no processo defensivo durante a época passada. Com a saída de um jogador de meio campo nuclear neste modelo (Javi) e um jogador com a inteligência táctica (momento para acelerar ou parar o jogo e colocação no terreno) como Witsel, coloca-se a questão de como o Benfica irá suprir estas saídas, pois não existem jogadores gémeos na forma de jogar.


Considerando as 4 fases de jogo como o Processo Ofensivo e Defensivo e as Transições Ofensivas e Defensivas, foi na transição defensiva que sucedeu a principal diferença entre a 1ª e a 2ª épocas, sendo que no primeiro ano os jogadores imediatamente após a perda da bola efectuavam uma pressão alta (no meio campo adversário) para rapidamente a recuperarem e criarem situações de finalização e na 2ª época esta transição era baseada numa tentativa rápida de recuperação (mas pelas características diferentes dos alas Di Maria – Gaitan e Ramires – Salvio que exerciam menos pressão no portador da bola) se não se conseguisse essa recuperação, rapidamente procurava ocupar as posições para se organizar defensivamente. Nestas 2 épocas o processo defensivo desenhava-se em 1-4-1-3-2.

No início da 3ª época com a chegada de Witsel a equipa transformou a transição defensiva para uma ocupação de espaços preferencialmente à recuperação imediata da bola, colocando Javi e Witsel muitas vezes como duplo pivot e com Aimar e Cardozo na sua frente, desenhando no processo defensiva um 1-4-4-2.
Para o processo e transição defensiva a saída de Javi será na minha opinião bem colmatada por Matic apenas com alguma perda de agressividade no centro do terreno. Já a saída de Witsel não tem no plantel um substituto equivalente que desempenhe o mesmo papel no processo ou na transição defensiva, sendo na minha opinião Carlos Martins quem mais se aproxima, mas com dificuldade em ocupar os espaços para fazer uma linha de 2 pivots com Matic. Sendo assim Jesus tem a opção de voltar à ideia da primeira época com Matic a 6 e apenas Aimar ou Carlos Martins (Bruno César, Gaitan?) à sua frente como 10 e dois avançados Cardozo e Rodrigo (fazendo de Saviola), aproveitando a maior capacidade de pressão e inteligência táctica de Enzo Perez do lado esquerdo (jogador que na Argentina chegou a jogar a interior direito) e a atual maior capacidade de Salvio defender. Com esta solução a perda de Witsel na questão do Modelo (ideia) de jogo seria menos notada, com um regresso ao passado (1ª e 2ª épocas) com as lacunas defensivas que se conheceram nessas épocas principalmente a nível europeu.
Na transição e processo ofensivo com a opção de início de época da dupla de avançados, de Cardozo e Rodrigo julgo que a saída de Witsel abre espaço para que a 10 jogue Aimar ou Carlos Martins, com as implicações defensivas que abordamos nos parágrafos anteriores. A principal dificuldade no processo ofensivo será perceber até que ponto Matic irá conseguir ocupar o espaço entre Luisão e Garay quando no primeiro momento do Processo Ofensivo os laterais formam uma linha no meio campo, saindo em 1-3-3-4 ou 1-3-3-3-1
Assim na minha opinião ao contrário do que se possa pensar julgo que a saída de Witsel terá mais implicações no Processo/Transição Defensiva, podendo obrigar Jesus a regressar ao passado recente, e a saída de Javi Garcia tem um substituto perfeito para o Processo/Transição Defensiva, criando dificuldades na saída para o ataque, pois Matic terá que refrear os seus impulsos para acompanhar a equipa quando em posse (subindo demasiado no terreno e criando desequilíbrios).  




Apresentação

Apresentação



Tive a ideia de iniciar este blog para registar e publicar as opiniões que tantas vezes temos sobre futebol, sobre as tácticas, sobre os jogos, sobre as decisões dos treinadores dos dirigentes.
Os meus registos vão ser sobre as situações do futebol português do dia a dia, mas também irei abordar assuntos como o treino, alguns jogadores, analise de jogos, tentando por em prática os meus conhecimentos adquiridos nos cursos de treinador nível I e nível II da Associação de Futebol Coimbra.
Agradeço a todos os possíveis leitores/seguidores o tempo perdido a ler as minhas opiniões assim com todos os comentários.

Começo por publicar um comentário ou uma opinião sobre a forma como Jorge Jesus poderá abordar a época de 2012/13 sem Javi Garcia e Witsel, analisando a perda desses 2 jogadores nas 4 fases do jogo.